domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa!

Bom, nenhuma novidade. O que mais a dizer a todos numa Páscoa, né?
Eu ainda tenho um monte de coisas "atravessadas" na garganta, prontas pra tirar todos da cadeira ou da poltrona, para fazerem algo mais pelas suas vidas e, portanto, por todos nós, só que hoje realmente não é o dia pra isso.
Depois de um silencioso e pensativo Sábado de Aleluia, esse é mais um especial Domingo de Páscoa, momento de Ressurreição, Renovação e Bênçãos.
O que mais queremos é renovar nossas esperanças, nossas energias e impulsionar nossas vidas, enchê-las de realizações.
Pode ser que eu esteja errado, mas eu imagino vocês todos "empanturrados" de Amor em seus corações, com uma vontade "louca" de fazer mais e melhores as suas partes, nesse nosso interminável "trabalho de equipe" para a construção de um mundo mais legal.
É isso: Desejo a todos vocês um mundo mais legal, construído por nós todos, com muita vontade, determinação e, acima de tudo, muito Amor!

FELIZ PÁSCOA!

domingo, 17 de abril de 2011

Violência não! Será mesmo?

Muita gente pode pensar que este é mais um texto sobre violência, motivado pelo tal de Wellington ou pela nova campanha de desarmamento que está começando.
Fiquem tranquilos, podem ler com calma, prometo não passar nem perto desse assunto.
Minhas questões já vem de muito tempo gravitando ao meu redor esperando que, algum dia, eu me canse de ver e não dizer.
Então é isso: Sinto, Escrevo e Publico!

A coincidência da coisa foi eu já estar começando a pensar no texto e, ao abrir meu Facebook, ver o vídeo aí ao lado nos posts de uma amiga, a Liliane. O vídeo é de uma campanha de 2006 na Austrália, mas ilustra em parte as idéias que virão abaixo.
Como tenho filhos adolescentes e converso com eles (não pensem que essa atitude é normal porque muita gente não faz isso), temos dialogado frequentemente sobre alguns temas polêmicos, como drogas, violência, política, religião, amor, entre outros.
É uma opção minha conduzir essas conversas o mais abertamente possível, porque eu considero que tenho respostas mais apropriadas que a maioria das que eles poderiam encontrar no "yahoo respostas" ou na "wikipedia".
Dentro desse hábito de conversar, indiretamente criou-se também o hábito ainda mais saudável de refletir sobre o que se diz e, ainda, sobre o que se faz. Não poucas vezes a minha filha, por exemplo, já me disse algo como: "-Não faz sentido, tu tá dizendo uma coisa e fazendo outra!"
O Prof. Dr. Rubem Ribeiro Fagundes, o melhor Professor com o qual convivi na PUCRS, me dizia:
"-Não acho graça das piadas de televisão, especialmente das tais Videocassetadas ou Videocacetadas (de cacete)! As pessoas estão se machucando, qual a graça?"
Como eu iria explicar a ele que uns 90% da população assistem semanalmente ao Faustão e repetem semanalmente suas gargalhadas sobre as tragédias alheias? E ele faleceu sem ter assistido ao BBB e ao "Pânico na TV" que são, talvez, as mais deprimentes exibições da miséria intelectual brasileira.
Anos depois, vejo que minha filha também não acha graça das cacetadas, das pegadinhas, do Pânico.
Algum atento corneteiro dirá: "-Ah, mas o filho dele acha graça!" 
Eu respondo: "-Sim, ainda, e mesmo com o pouco convívio que temos, isso já está mudando (ele não mora comigo)!"
Do mesmo jeito que as pessoas já não varrem mais as suas calçadas (acham que é função da prefeitura), as pessoas também deixaram para o poder público muitas outras atribuições que são suas. Acreditam que a escola tem que educar e não só ensinar, transformaram as TVs em babás eletrônicas; quando os filhos crescem, reclamam que eles ficam só na frente da TV ou da Internet.
Parece muito evidente que a verdadeira origem dos nossos maiores problemas, tanto com a violência, quanto com a corrupção e a impunidade, está no nosso passado. Em algum momento do passado, alguns ou muitos de nós deixamos uns valores de lado, umas coisas ditas "sem importância" e fomos mais "liberais" do que nossos pais.
Será mesmo? Será que nossos pais eram duros demais ou só estavam nos fornecendo uma base sólida?
Vamos analisar, por exemplo, um tema que entendo bem, porque me criei vendo muita televisão:
Vocês já assistiram aos Jetsons? Ou aos Flintstones? Pantera Cor-de-rosa?
OK, não quero chamar ninguém de velho não, só quero que lembrem, por um instante, de algum episódio desses desenhos.
Lembraram? Então me digam, vocês lembram de alguma "porrada", algum tiro, algum sequestro ou mutilação?
Não? Isso não existia naquela época? Era censurado pela Ditadura?
Não! Isso não existia porque não fazia sentido, nunca seria aceito pelo público, porque também nunca seria aceito nos lares. Meus pais nunca permitiriam que eu assistisse alguma violência além de filmes de bang-bang (Far-o-west).
Meus filhos já assistiram esses desenhos no "boomerang" e perceberam rapidamente a ausência de violência. Chama a atenção essa coisa de ser interessante sem ser sangrento ou belicoso!
A Pantera Cor-de-rosa, o Pica-pau e a dupla Tom & Jerry são "videocacetadas" daquela época, mas com personagens imaginários, irreais, algumas vezes até surreais. 
Agora pergunto sinceramente, em especial aos garotos daquela época, meus contemporâneos:
-Vocês tinham espingarda de pressão, aquelas de chumbinho?
-Vocês já tiveram revólver de espoleta?
-Algum de vocês deu um tiro de "chumbinho" em algum colega quando ele chamou vocês de CDF ou de Quatro olhos, ou de qualquer outro apelido maldoso daquele tempo?
Imagino que não, porque posso imaginar também a cara dos pais de vocês ao presenciar uma cena dessas, um menino com uma espingarda de chumbinho ou um revólver (de espoleta ou até de água), dentro da escola... Pobre garoto, ia tomar uma "tunda de laço".
Algum espertinho disse as frases: "violência gera violência", "o que é bonito é pra ser mostrado", "achado não é roubado", "quem chegar por último é mulher do padre", "se eu bebo ou se não bebo, ninguém tem nada com isso".
Essas frases são "ditos populares", como chamamos por aqui no RS "ditados populares".
De tanto serem repetidas, tem soado como verdades, é até possível que alguém nos diga que essas frases estão na Bíblia. Eu duvido, mas sei que, na Bíblia, você irá encontrar outras frases bem mais adequadas:
"Diga-me com quem andas e te direi quem és", "É dando que se recebe", "Quem semeia ventos, colhe tempestades". Em tempo: Nem de longe eu sou piegas ou carola, só citei a Bíblia por ser um livro antigo.
Se você já viu alguma guria indo à escola com uma roupa típica de moça da Voluntários ou da noite na Farrapos, pode conferir, tenho certeza que ela usa a frase "o que é bonito é pra ser mostrado".
Sabe quando alguém tira uma foto sua e o resultado é completamente diferente do que você esperava? Assim a sociedade fez com seu futuro. Pregou que era reprimida e que na era de Aquário seria diferente, soltou a voz e os cabelos com os Hippies, dita regras e valores com o Rap, solta o corpo no Funk e solta a franga em  tudo quanto é canto.
Todo mundo agora tem Direitos, o mundo é mais "justo", está se "humanizando"!?
Alguém já disse isso, com certeza, mas e o tal equilíbrio entre os Direitos e os Deveres? Lembro de ter aprendido que nossos Direitos dependem do cumprimento de nossos Deveres, imagino que essa idéia passe bem perto do conceito de Justiça. Por isso me parece que o mundo não está mais justo e, como não é justo, não está se humanizando. Um mundo só com Direitos lembra uma orgia, uma festa onde todos aproveitam tudo de todos, sem preocupação com o dia seguinte.
Desse desequilíbrio surge a injustiça social, aquela insatisfação imensa que faz a gente pensar:
"Por que eles podem gastar todo o dinheiro dos impostos sem me perguntar, se eu votei neles?"

Quando se combinam todas as "faltas de aprendizado" com as "faltas de valores" e a "falta de justiça social", é criado o meio em que vivemos, onde falta muita coisa vital e sobra muita coisa fatal.

A violência foi plantada (pela mídia principalmente), germinou (pela falta de valores), foi regada (pela injustiça social), cresceu e segue firme, forte e se semeando novamente (nos noticiários), como se fosse flor, mas alguém precisa se dar conta que é erva daninha, que pode ser liquidada se não tiver mais onde crescer.

Se conversarmos em família, varrermos nossas calçadas, agirmos de forma coerente com nossos discursos, estaremos semeando novas plantas em solo tratado, impróprio para ervas daninhas. O que restar da injustiça social, vamos ter que resolver no voto.

A boa notícia é que "Tem solução, embora não seja fácil nem rápida, mas é simples"!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Faixa de Segurança?

Ultimamente os problemas de trânsito têm ocupado um bom espaço na mídia e, em minha opinião, tem sido explorados e discutidos de forma inadequada.
Problemas de circulação e transporte exigem abordagem técnica, científica, mesmo quando tratam das pessoas envolvidas nos processos.
Um exemplo disso é a “faixa de segurança”.
A marca viária listrada, que é conhecida como “faixa de segurança”, desde a implantação do novo Código de Trânsito Brasileiro, passou a ser denominada “via preferencial de pedestres”, de forma a contemplar todos os tipos de vias numa mesma regra universal. A mesma expressão também foi definiu o conceito de “via preferencial”, estabelecendo regras de preferência.
A preferência é sempre dada a quem já está na via, em movimento e, em seguida, a preferência é dada de acordo com a sinalização. Em todos os casos (novamente temos a universalidade), para qualquer tipo de veículo ou até mesmo os pedestres, a preferência segue as mesmas regras.
Para que se entenda de forma simples, se um pedestre vem pela calçada (sua via preferencial), ao chegar a um cruzamento deve observar a sinalização, o tráfego e, se tudo estiver ao seu favor, poderá então atravessar a rua. E, enquanto o pedestre atravessa a rua, de quem é a preferência? Se o local de travessia é uma “via preferencial de pedestres”, já está respondida a pergunta. Se não é, e não houver alguma sinalização específica, obviamente o pedestre está cometendo uma infração. Sim, pedestres cometem infrações e podem ser punidos, mas isso não está regulamentado. Se estivesse regulamentado, os agentes de trânsito poderiam lavrar autos de infração contra pedestres. Como pedestres não necessitam de habilitação, não podem levar pontos na carteira e, para serem multados, somente apresentando documentos de identificação e sendo maiores de 18 anos, certo?
Ora, se tudo é tão simples, porque há problemas?
Porque as regras só são realmente simples se estão bem definidas, bem estabelecidas e, principalmente, se todas as partes envolvidas têm pleno conhecimento dessas regras.
Justamente o conhecimento, a parte mais fácil de todo o processo, que depende apenas de treinamento ou de um pouco de divulgação séria, é o nosso grande problema.
Quando gente como eu, na faixa dos 45 anos, estava na escola primária, uma vez ao ano recebia-se a visita de alguém da Secretaria dos Transportes do Estado ou do Município, falando sobre as sinaleiras, sobre as “faixas de segurança” e sobre a importância de atravessar corretamente as ruas.
Atualmente, além de isso não acontecer, a Prefeitura de Porto Alegre foi premiada pela campanha da “mão estendida”, que foi instituída em nossa cidade como um novo sinal de trânsito. Traduzindo: deu-se ao pedestre sem conhecimento de trânsito, o poder de sinalizar sua vontade, sem instruí-lo sobre os incontáveis problemas que advém de uma sinalização incorreta.
Já tivemos atropelamentos, engavetamentos (carros batendo na traseira de outros carros que frearam subitamente) e seguimos tendo pessoas atravessando fora da “faixa”, bem como carros que não param nem reduzem, porque deixam que o próximo o faça.
Enfim, parece que estamos chegando à raiz do problema: a preferência.
A pressa de fazer as coisas, de ser o primeiro a chegar, de que o próximo que se vire. Nas sinaleiras com temporizador (explícito), a cena comum é o “timer” em dois ou três segundos e o pedestre correndo para chegar na “faixa”, para não perder a vez. Ora, ele já perdeu, porque esse tempo é para quem está atravessando, quem está com a preferência. Quem não está na via não tem a preferência. O resultado disso é que o motorista perde de cinco a dez segundos do seu tempo de Verde, porque os pedestres não podem esperar.
Minha sincera opinião sobre a preferência:
Eu prefiro ficar vivo, prefiro viver com gente educada, prefiro pensar um pouco nos outros, para que eles não me odeiem por algo que eu nem sei se fiz, prefiro a paz.
O que eu prefiro de nada importa se só eu preferir assim. Mais gente precisa pensar e decidir o que prefere que aconteça.
Do jeito que tá não dá!